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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Frenesi forsforescente

E eu, consumo lentamente num corriqueiro imanente, roendo o osso sagrado, atacando reciprocamente. A corrosão é feita, química agente do meio ambiente. Depravação dissimulada, alusão de teia rasgada, arranha a aranha na teia por debaixo da escada, ultrapassamos as paredes, deitamos em redes, com túnicas verdes; Afundamos no assoalho, com o mínimo descaro, sem pudor sem amparo. Almas sem espaço, famintas, claro-escuro, batemos num muro, cacofonia diz, furo.
Sem uivar, sem urgir, não dá mais. O fotolito daqui, já não imprime nem comprime, suor com suor, osso com osso, pele com pele, carne com carne, da coberta acolchoada repelir, e um outro belo ato incansável repetir.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

abaçanado

Ta rasgando, consumindo, devorando, diluindo, vorazmente, de ti, louca, complexos, pura, crua esquizofrenia, analogia. Por cima da calda, infâmia. Cada 03:15 da madrugada, um surto. Pesadelos tão reais. Loucuras incondicionais. Um indigente torto. E eu nem usaria esse termo, ermo. Insinuoso e sádico. Se afasta e vai e volta, e fica, e aterroriza, e de hacanéia. Buscando uma muzuna, um pobre de osso marroquino. Num fim dançava. Ganhou uma moeda. Enlouquecia de alegria, que de tanta morria, ali, de agonia de si.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Essa monotonia incansável

Aqui dentro é primavera, mas não existe céu azul, nem verde, nem arco-íris. Aqui fora é inverno e é outono, tudo esfria de vez e as folhas vão ao chão como se arrancadas e jogadas. E num espaço em que o sol está abaixo do horizonte. Na borda das minhas pálpebras está uma "coisa" cansada. Sem ritmo, para dançar um samba-canção. Só danço em meio a uma vozearia profana, pandorgas miseráveis que não se calam. Eu já nem sei... Sabe?

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Esquetes...

Agora, aqui neste lugar, sinto que o que passou foi vão, todo sofrimento, toda solidão, diante do que está guardado em mim. E, se as brigas foram esquecidas, as marcas, os gritos ainda não. E, se tudo isso que passamos, for para mostrar o que ganhamos, que seja para mostrar o que perdemos e, assim, que mostre um ponto, um fim.
© da estante
Maira Gall