" fevereiro 2011 / da estante

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Sutileza aos olhos

Delicadeza é a palavra
Tem os olhos envolventes por natureza
na pureza a essência da beleza.

Lapidada ilusão do querer
como esmeralda aos olhos,
imagino a magia de você.

Perfuma que exala luz da manhã,
alvorada do prazer que te rodeia,
desejo de sentir e possuir sensações.
O elixir puro que corteja.

O próprio feitiço que a armadilha almeja.
Enroscar nesse jogo sedutor.
Ser tomado ao feitiço do amor.
Num faz de conta protetor.

"Eus" venerados

Ruas vazias? Pés calçados de angústia!

E de repente, tudo se enche se acende, e transcende, de lá para mim. Ventos uivam, nessas noites que venero, nessas madrugadas penumbras que espero há anos luz daqui onde estou e seja qual for o lugar que eu esteja, melhor será se não estiver em lugar nenhum.

Entender pra quê? Se tudo é tão mais difícil do que eu escrevo sem querer, porém no impulso de querendo, será mais fácil do que escrever forçosamente.

Peso que peso.

A existência pesa. Os mares dentro de nós revoltos estão.
As lágrimas pesam dentro d’alma, d’água.
E a dor ao te ver passar por mim e tão longe estar sempre.
É a dor da perda incalculável, perda essa que não se preenche.
Todos os ventos estão vindo em minha direção, estou na decadência de mim, está me possuindo, consumindo.
Essas unhas vermelhas e vivas revelam um ser morto, em cor, em dor, em amor.
Os passos são contados, por medo de mim, esbugalho os olhos para me enxergar melhor e ultrapasso as lentes. Não há nada frente ao espelho, não há sombra ao verso da luz, fluoresce, incandesce e nada há de turvo, de alma de calma. A lágrima cai, mas ainda sinto uma vermelhidão à chegar, e quem sabe as garras felinas não ajudam a colorir, a esculpir.
A minha complexidade reluz, a minha autenticidade nem me seduz, esse jeito desprovido de papas na língua, que é o jeito escolástico de ser. Talvez, tudo emudeça e volte simplesmente a “ser”, mas, não como era antes.
© da estante
Maira Gall