" dezembro 2011 / da estante

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Cedência... O pranto que deságua no mar...

Meus pés sentem o chão ceder, meu coração a cada batida faz sinal que quer saltar do que o prende.
Lágrimas de sangue escorrem a cada fresta. Será a tinta que me envolve?
Rasga-me a sensação de todo sofrimento, toda solidão, todo desespero numa oração.
Toda agonia repelindo...
Há algo fora do comum, do que é aceitável, em mim criado constantemente num ritmo angustiante.
Clareia-me a visão do que é finito e distante. E, esse "eu" não compreende, não se contenta em ouvir apenas o que soa errante, consequência do que trago amargo, indefinidamente.
Aos versos eu canto a confidência pelo que tenho me afirmado, isolado por estranha e leve essência que enleia o meu choro derramado.
Estive pronto para ser ensaiado, como cântico composto e não cantado.
Tenho aqui um engasgo, entalado, do que em mim soa longe, inacabado.




Ando tocando estrelas....
Muitas vezes trago em mim um cansaço que há nelas, de ter que brilhar sempre,
sempre para esconder a escuridão, destacar-se na imensidão e toda dor,
toda devoção, fica assim, esconsa, sem razão.
Sinto-a tão perto, mas...
Há uma estrela bem lá no alto.
Eu não consigo alcançar.
Tem um brilho forte, tão bela, única, sublime, brilha só, bem lá no alto.
Ah, como eu a desejo... Desejo tanto tocar!
Trazê-la comigo e apenas poder no seu brilho brilhar.
Poder juntar-me a ela, à distância, há nela a inconstância da areia do mar.
© da estante
Maira Gall